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A manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira em 2% ao ano gerou uma debandada de investidores da renda fixa. Ativos tradicionais, como poupança, Tesouro Direto e fundos DI, têm a sua rentabilidade diretamente ligada à Selic, e agora se tornaram muito menos interessantes com o congelamento da taxa ao menor patamar da história pelo terceiro ciclo seguido. Diante do perfil conservador dos investidores brasileiros — não à toa, a poupança sempre foi a queridinha nacional —, o mercado imobiliário se tornou um dos principais destinos deste dinheiro por ser mais seguro que outros ativos variáveis, vide a Bolsa de Valores, e apresentar potencial de rentabilidade estável no longo prazo. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que as vendas no setor cresceram 23,7% no terceiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. No acumulado do ano até setembro — mês com os últimos dados consolidados —, o comércio de imóveis cresceu 57,5% em paralelo a 2019. Esse novo fluxo já é sentido nos negócios, e tende a se manter elevado com os sinais emitidos pelo Banco Central em preservar a Selic em patamar baixo.